O Arranjo Produtivo Local (APL) Leite Fronteira Noroeste realizou na terça-feira (7) a prestação de contas do ano de 2021. De acordo com o Engenheiro Agrônomo Onairo Sanches, gestor do APL que atua na região do Corede Fronteira Noroeste e da Amufron, foram desenvolvidas diversas atividades durante o ano, tendo destaque o convênio com o Programa Juntos para Competir do Sebrae, Senar e Farsul, no qual, realizou-se 161 visitas dos Minilaboratórios de Aferição da Atividade Leiteira junto aos produtores de leite da região.
Outra atividade importante, foi o Plano de Higiene e Resfriamento do Leite, em conjunto com os 20 municípios da Amufron, em que, foram realizadas 99 visitas, “este plano, trabalha três aspectos fundamentais da qualidade do leite, que são, aferição dos equipamentos de ordenha e resfriamento, protocolo da produção de leite com qualidade e coleta de leite de vacas com mastite subclínica, para fazer antibiograma identificando o agente causal e a sensibilidade ou resistência destes aos antibióticos. A partir destas ações, nos primeiros 4 meses de trabalho, foi possível reduzir os índices de CPP e CCS, que são os principais indicadores de qualidade do leite, na média das 20 propriedades atendidas”, explica.
Conforme Sanches, em 2022 haverá continuidade dos trabalhos no convênio do Juntos para Competir, com meta de atender 200 propriedades, no Plano de Higiene e Resfriamento do Leite a meta é fazer 240 visitas aos 20 produtores em todos os municípios da Amufron, conseguir liberação dos recursos na ordem de R$ 500 mil, já aprovados, para o Projeto Boilers junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional e fazer mais um projeto para o desenvolvimento da bacia leiteira onde está inserido o APL.
Na oportunidade, Jorge João Lunardi, médico-veterinário da ATR SPA e Agroindústrias e ESREG Emater Santa Rosa apresentou o levantamento socioeconômico de 2021, sobre a cadeia do leite da região noroeste do Rio Grande do Sul, realizado pelos 45 escritórios da Emater, dando ênfase às informações sobre os 20 municípios da Amufron, “no período 2015-2021 aconteceu diminuição de 35% no total de produtores de leite; diminuição de 62% dos produtores com venda para a indústria; diminuição de 26% no número de vacas; aumento de 1% na produção total de leite no ano, com aumento de produtividade das vacas em 43%. Houve melhoras e mais adoção no uso das diversas tecnologias”, explanou.
APL exerceu neste ano seu papel fazendo atividades em todos os municípios, diz coordenador
Conforme Luiz Zimmermann, coordenador de governança do APL e sócio proprietário da Doceoli indústria láctea, este foi um ano particularmente difícil para toda a cadeia do leite tanto produtores quanto indústria, “tivemos uma seca muito severa em nossa região e em grande parte do Estado e também o grande número de pessoas que saíram do mercado consumidor devido aos problemas de baixa renda onde a pandemia foi cruel para muitos brasileiros. O APL Leite com bastante dificuldade exerceu o seu papel fazendo atividades em todos os municípios da grande região”, afirmou.
Gostaríamos de avançar mais na questão do leite, garante vice coordenador
Sandro Ergang, presidente da Funcap e vice coordenador de governança do APL, conta que desde 2013 a região através do Corede, em conjunto com as instituições de ensino superior constataram que o leite tinha e continua tendo importância na economia regional, além de buscarem o reconhecimento estadual da micro bacia leiteira, “nesse tempo o Corede também entendeu que a Funcap como impulsionadora de algumas iniciativas regionais pudesse ser a gestora do APL Leite e estamos muito satisfeitos com isso”, declarou.
Ergang reconhece que a caminhada está em passos lentos, “gostaríamos de avançar mais, mas esse avanço depende de recursos, e nem todos os recursos são destinados para o arranjo produtivo pelo Estado, a partir disso a Amufron fez um movimento muito relevante para que as ações sigam acontecendo e isso é muito significativo”, disse.
Trabalho importante para os municípios da região, diz presidente da Amufron
Para Joãozinho Sehnem, presidente da Amufron, é importante destacar o excelente trabalho que vem sendo feito através da Funcap e APL Leite, “entendemos que vai de encontro com o que necessitamos, nossa regional é um polo leiteiro que precisamos melhorar cada vez mais a qualidade. Para se ter uma ideia muitos dos nossos municípios, o retorno que recebem do ICMS do Estado na sua grande maioria em torno de 50 a 60% vem da agricultura e um dos grandes pilares é a cadeia leiteira da nossa região”, expressou.
Segundo ele, todo projeto que vem de encontro para melhorar a qualidade do leite e dar uma rentabilidade melhor aos produtores com certeza absoluta terão sempre o apoio da associação, de todos os prefeitos e das secretarias de agricultura, “porque nós entendemos que se melhorarmos significativamente a qualidade do leite e a diminuição das células somáticas isso trará sim uma rentabilidade melhor para o produtor e dessa forma fará com que tenhamos uma reversão de valores e de impostos também para os municípios, então é uma cadeia que precisa ser fomentada e somos parceiros nesse sentido”, frisou.
Contribuição no ciclo produtivo do leite, diz secretário de Três de Maio
De acordo com Volmir Rettore, secretário de Agricultura de Três de Maio, o APL Leite vai de encontro ao projeto da Secretaria do município, pois, o setor produtivo do leite precisa se reinventar para continuar sendo uma fonte de grande potencial financeiro para os produtores, “o APL Leite traz na sua essência a contribuição no ciclo produtivo do leite desde o produtor até o consumidor final, isso na preocupação de garantir equilíbrio financeiro e qualidade de produto. O programa agrega muito ao setor produtivo”, definiu.
Atividade leiteira é expressiva para o progresso da região, diz coordenador dos secretários
Conforme Elton Backes, coordenador dos secretários de Agricultura da Amufron, a atividade leiteira é expressiva para o progresso da região, onde a produção faz parte da história do desenvolvimento regional e da tradição das gerações familiares, “o APL tem contribuído de forma intensa para identificar as potencialidades e necessidades do setor, e com isso, definir demandas e projetos prioritários para o desenvolvimento regional da cadeia produtiva do leite”, disse.
Backes ainda afirma que as realizações dos projetos que envolvem os produtores para investimentos e capacitações na propriedade rural além de fatores de saúde e genética dos animais são para uma constante melhoria da qualidade do produto e consequente valorização da atividade, “todas essas estratégias melhoram a qualidade do leite e, indiretamente, beneficiam toda a população que consome e adquire os derivados do leite produzidas em agroindústrias locais”, declarou.
Somar esforços para buscar recursos, diz secretário de São José do Inhacorá
Altair Dill, secretário de Agricultura de São José do Inhacorá declara o desejo para que no próximo ano o APL continue desenvolvendo ações junto aos municípios, na melhoria da gestão e qualidade do leite, “para que possamos elevar os índices de qualidade do produto, visando sua valorização e o atendimento das exigências do mercado interno e externo. Somar esforços do APL, poder público, entidades e empresas, buscando recursos para projetos e ações que apoiem os produtores que continuam na atividade”, finalizou.
Fonte e fotos: Bruna Mireski | Jornalista MTB/RS 18.333
